III FORMA E UBIQUIDADE DOS ESPÍRITOS
88. Os Espíritos tem uma forma determinada, limitada e constante?
– Aos vossos olhos, não: aos nossos, sim. Eles são, se o quiserdes, uma chama, um clarão ou uma centelha etérea..
88-a. Esta chama ou centelha tem alguma cor?
– Para vós, ela varia do escuro ao brilho do rubi, de acordo com a menor ou maior pureza do Espírito.
Representam-se ordinariamente os génios, com uma chama ou uma estrela na fronte. É essa uma alegoria, que lembra a natureza essencial dos Espíritos. Colocam-na no alto da cabeça, por ser ali que se encontra a sede da inteligência.
89. Os Espíritos gastam algum tempo para atravessar o espaço?
– Sim; mas rápido como o pensamento.
89-a. O pensamento não é a própria alma que se transporta?
– Quando o pensamento está em alguma parte, a alma também o está, pois é a alma que pensa. O pensamento é um atributo.
90. O Espírito que se transporta de um lugar a outro tem consciência da distância que percorre e dos espaços que atravessa, ou é subitamente transportado para onde deseja ir?
– Uma e outra coisa. O Espírito pode perfeitamente, se o quiser, dar-se conta da distância que atravessa, mas essa distância pode também desaparecer por completo isso depende de sua vontade e também da sua Natureza, se mais ou menos depurada.
91. A matéria oferece obstáculo aos Espíritos?
– Não, eles penetram tudo, o ar, a terra, as águas, o próprio fogo lhes são igualmente acessíveis.
92. Os Espíritos tem o dom da ubiquidade, ou, em outras palavras, o mesmo Espírito pode dividir-se ou estar ao mesmo tempo em vários pontos?
- Não pode haver divisão de um Espírito; mas cada um deles é um centro que irradia para diferentes lados, e é por isso que parecem estar em muitos lugares ao mesmo tempo. Vês o Sol, que não é mais do que um, e não obstante irradia por toda parte e envia os seus raios até muito longe. Apesar disso, ele não se divide.
92-a. Todos os Espíritos irradiam com o mesmo poder?
- Bem longe disso, o poder de irradiação depende do grau de pureza de cada um.
Cada Espírito é uma unidade indivisível; mas cada um deles pode estender o seu pensamento em diversas direcções, sem por isso se dividir. É somente nesse sentido que se deve entender o dom de ubiquidade atribuído aos Espíritos. Como uma fagulha que projecta ao longe a sua claridade e pode ser percebida de todos os pontos do horizonte. Como, dada, um homem que, sem mudar de lugar e sem se dividir, pode transmitir ordens, sinais e produzir movimentos em diferentes lugares.
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