quinta-feira, 24 de maio de 2007

lei da adoração


lei da adoração

1 Objectivo da adoração. 2 Adoração exterior. 3 Vida contemplativa. 4 A prece. 5 Politeísmo. 6 Sacrifícios.

1 Objectivo da adoração

adoração consiste na elevação do pensamento a Deus. É um sentimento inato no homem, como o da existência de Deus. A consciência da sua fraqueza leva o homem a curvar-se diante daquele que o pode proteger. Nunca houve povos destituídos de todo sentimento de adoração. Todos compreendem que acima de tudo há um ente supremo.

2 Adoração exterior

A adoração verdadeira não precisa de manifestações exteriores, pois ela parte do coração. A adoração exterior, se não constituir num vão simulacro, tem seu valor relativo. Deus prefere os que o adoram do fundo do coração, com sinceridade, fazendo o bem e evitando o mal, aos que julgam honrá-lo com cerimónias que os não tornam melhores para com os seus semelhantes. Todos os homens são irmãos e filhos de Deus. Ele atrai a si todos os que lhe obedecem às leis, qualquer que seja a forma sob que se exprimam. É hipócrita aquele cuja piedade se cifra nos actos exteriores. Mau exemplo dá todo aquele cuja adoração é afectada e contradiz seu procedimento. A adoração em comum dá mais força aos homens para atrair a si os bons Espíritos. Entretanto, não devemos crer que menos valiosa seja a adoração particular, pois que cada um pode adorar a Deus pensando nele.

3 Vida contemplativa

Perante Deus não tem mérito a vida contemplativa, porquanto, se é certo que não fazem o mal também o é que não fazem o bem e são inúteis. Demais, não fazer o bem já é um mal. Quem passa todo o tempo na meditação e na contemplação nada faz de meritório aos olhos de Deus, porque vive uma vida toda pessoal e inútil à humanidade e Deus lhe pedirá contas do bem que não houver feito.

4 A prece

A prece é sempre agradável a Deus, quando ditada pelo coração, pois, para ele, a intenção é tudo. Assim, preferível lhe é a prece do íntimo à prece lida. Orar a Deus é pensar nele; é aproximar-se dele; é pôr-se em comunhão com ele. A três coisas podemos propor-nos por meio da prece: louvar, pedir, agradecer. A prece torna melhor o homem, porquanto aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para assisti-lo. O essencial não é orar muito, mas orar bem. Aquele que pede perdão de suas faltas só obtém-no mudando de procedimento. As boas acções são a melhor prece, por isso que os actos valem mais que as palavras.

O pensamento e a vontade representam em nós um poder de acção que alcança muito além dos limites da nossa esfera corporal. A prece que façamos por outrem é um acto dessa vontade. Se for ardente e sincera, pode chamar, em auxílio daquele por quem oramos, os bons Espíritos, que lhe virão sugerir bons pensamentos e dar força de que necessitem seu corpo e sua alma.

As nossas provas estão nas mãos de Deus e algumas hão que ser suportadas até o fim; mas, sempre Deus leva em conta a resignação. A prece traz para junto de nós os bons Espíritos e, dando-nos estes a força de suportá-las, corajosamente, menos rudes elas nos parecem.

Os desígnios de Deus não podem ser mudados, mas a alma por quem se ora experimenta alívio, porque recebe assim um testemunho do interesse que inspira aquele que por ela pede e também porque o desgraçado sente sempre um refrigério, quando encontra almas caridosas que se compadecem de suas dores. Amai-vos uns aos outros, disse o Cristo. Esta recomendação contém a de empregar o homem todos os meios possíveis para testemunhar aos outros homens afeição, sem haver entrado em minúcias quanto à maneira de atingir ele esse fim. Pode-se também orar aos bons Espíritos, como sendo os mensageiros de Deus e os executores de sua vontade.

5 Politeísmo

Uma das crenças mais antigas e espalhadas pelo mundo, foi o politeísmo. A concepção de um Deus único não poderia existir no homem, senão como resultado do desenvolvimento de suas ideias. Incapaz, pela sua ignorância, de conceber um ser imaterial, sem forma determinada, actuando sobre a matéria, conferiu-lhe o homem atributos da natureza corpórea, isto é, uma forma e um aspecto e, desde então, tudo o que parecia ultrapassar os limites da inteligência comum era, para ele, uma divindade. Daí crer em tantas potências distintas quantos os efeitos que observava. Em todos os tempos, porém, houve homens instruídos que compreenderam ser impossível a existência desses poderes múltiplos a governarem o mundo, sem uma direcção superior, e que, em consequência, se elevaram à concepção de um Deus único.

6 Sacrifícios

Remonta à mais alta antiguidade o uso dos sacrifícios humanos, e isso se explica porque o homem não compreendia Deus como sendo a fonte da bondade. Nos povos primitivos, a matéria sobrepuja o Espírito; eles se entregam aos instintos do animal selvagem. Em segundo lugar, é natural que os homens primitivos acreditassem ter uma criatura animada muito mais valor, aos olhos de Deus, do que um corpo material. Foi isto que os levou a imolarem, primeiro, animais e, mais tarde, homens. Não foi de um sentimento de crueldade que se originaram os sacrifícios humanos e sim de uma ideia errónea quanto a maneira de agradar a Deus. Com o correr dos tempos, os homens entraram a abusar dessas práticas, imolando seus inimigos comuns, até mesmo seus inimigos particulares. As Guerras Santas, por exemplo, são feitas por homens impelidos pelos maus Espíritos que contravêm à vontade de Deus. Todas as religiões, ou, antes, todos os povos adoram um mesmo Deus, não se justificando uma guerra sob o fundamento de ser a religião destes diferente da daqueles. Deus abençoa sempre os que fazem o bem, e o melhor meio de honrá-lo consiste em minorar os sofrimentos dos pobres e dos aflitos. O homem que se atém às exterioridades, e não ao coração, é um Espírito de vistas acanhadas.

rederência: ABC do espiritismo

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