quinta-feira, 24 de maio de 2007

lei divina ou natural


Da lei divina ou natural

1 Caracteres da lei natural. 2 Origem e conhecimento da lei natural. 3 O bem e o mal. 4 Divisão da lei natural.

1 Caracteres da lei natural

A lei natural é lei de Deus. É a única verdadeira para a felicidade do homem. Indica-lhe o que deve fazer ou deixar de fazer e ele só é infeliz quando dela se afasta. Todas as leis da Natureza são leis divinas, pois que Deus é o autor de tudo. Para que o homem possa aprofundar-se nas leis de Deus é preciso muitas existências.
Entre as leis divinas, umas regulam o movimento e as relações da matéria bruta: as leis físicas, cujo estudo pertence ao domínio da Ciência. As outras dizem respeito especialmente ao homem considerado em si mesmo e nas suas relações com Deus e com seus semelhantes. Contêm as regras da vida do corpo, bem como as da vida da alma: são as leis morais.

2 Origem e conhecimento da lei natural

Todos podem conhecer a lei de Deus, mas nem todos a compreendem. Os homens de bem e os que se decidem a investigá-la são os que melhor a compreendem. Todos, entretanto, a compreenderão um dia, porquanto forçoso é que o progresso se efectue. A alma compreende a lei de Deus de acordo com o grau de perfeição que tenha atingido e dela guarda a intuição quando unida ao corpo. Essa lei está escrita na consciência do homem. Como ele a esquece e despreza, Deus a lembra através de seus missionários, que são Espíritos superiores que se encarnam na Terra, com a missão de fazer progredir a humanidade.

O carácter do verdadeiro profeta é ser um homem de bem, inspirado por Deus. Podemos reconhecê-lo pelas suas palavras e pelos actos. Impossível é que Deus se sirva da boca de um mentiroso para ensinar a verdade. Para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da lei do Senhor, porque, sendo ele o mais puro de quantos têm aparecido na Terra, o Espírito divino o animava. Jesus pregava amiúde, na sua linguagem, alegorias e parábolas, porque falava de conformidade com os tempos e os lugares. Faz-se mister, agora, que a verdade se torne inteligível para todo mundo, daí porque vieram os Espíritos trazer o ensino claro e sem equívocos, para que ninguém possa pretextar ignorância e para que todos o possam julgar e apreciar com a razão. Importa que cada coisa venha a seu tempo. A verdade é como a luz: o homem precisa habituar-se a ela, pouco a pouco; do contrário, fica deslumbrado.

3 O bem e o mal

A moral é a regra do bem proceder, isto é, de distinguir o bem do mal. O bem é tudo o que é conforme à lei de Deus; o mal, tudo o que lhe é contrário. Deus deu inteligência ao homem para distinguir por si mesmo o que é bem do que é mal.
Os Espíritos foram criados simples e ignorantes. Deus deixa que o homem escolha o caminho. Tanto pior para ele, se toma o caminho mau: mais longa será sua peregrinação. É preciso que o Espírito ganhe experiência; é preciso, portanto, que conheça o bem e o mal. Eis porque se une ao corpo.

A lei de Deus é a mesma para todos; porém, o mal depende, principalmente, da vontade que se tenha de o praticar. Tanto mais culpado é o homem, quanto melhor sabe o que faz. Não basta que o homem deixe de praticar o mal; cumpre-lhe fazer o bem no limite de suas forças, porquanto responderá por todo mal que haja resultado de não haver praticado o bem. Não há quem não possa fazer o bem. Somente o egoísta nunca encontra ensejo de o praticar. Para certos homens, o meio onde se acham colocados representa a causa primária de muitos vícios e crimes, mas, ainda aí, há uma prova que o Espírito escolheu, quando em liberdade, levado pelo desejo de expor-se à tentação para ter o mérito da resistência. O mérito do bem está na dificuldade em praticá-lo. Nenhum merecimento há em fazê-lo sem esforço e quando nada custe. Em melhor conta tem Deus o pobre que divide com outro o seu único pedaço de pão, do que o rico que apenas dá do que lhe sobra, disse Jesus, a propósito do óbulo da viúva.

4 Divisão da lei natural

A lei de Deus se acha contida toda no preceito do amor ao próximo, ensinado por Deus. Esse preceito encerra todos os deveres dos homens uns para com os outros. Demais, a lei natural abrange todas as circunstâncias da vida e esse preceito compreende só uma parte da lei. Aos homens são necessárias regras precisas; os preceitos gerais e muito vagos deixam grande número de portas abertas a interpretações.

A divisão da lei natural em dez partes, compreendendo as leis de adoração, trabalho, reprodução, conservação, destruição, sociedade, progresso, igualdade, liberdade e, por fim, a de justiça, amor e caridade, é de natureza a abranger todas as circunstâncias da vida, o que é essencial. Entretanto, a última lei é a mais importante, por ser a que faculta ao homem adiantar-se mais na vida espiritual, visto que resume todas as outras.

referência:ABC do espiritismo

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