sábado, 8 de setembro de 2007

Médiuns de efeitos físicos


Médiuns de Efeitos Físicos


160. Os médiuns de efeitos físicos são particularmente aptos a produzir fenómenos materiais como os movimentos dos corpos inertes, os ruídos, etc. Podem ser divididos em médiuns facultativos e médiuns involuntários. (Ver 2ª parte, caps. II e IV).


Os médiuns facultativos têm consciência do seu poder e produzem fenómenos espíritas pela própria vontade. Essa faculdade, embora inerente à espécie humana, como dissemos, não se manifesta em todos no mesmo grau. Mas se são poucas as pessoas que não a possuem, ainda mais raras são as que produzem grandes efeitos como a suspensão de corpos pesados no espaço, o transporte através do ar e sobretudo as aparições.
Os efeitos mais simples são o da rotação de um objecto, de pancada por meio de movimentos desse objecto ou dadas interiormente na sua própria substância. Sem se dar importância capital a esses fenómenos, achamos que não devem ser menosprezados. Podem proporcionar interessantes observações e contribuir para firmar a convicção. Mas convém notar que a faculdade de produzir efeitos materiais raramente se manifesta entre os que dispõem de meios mais perfeitos de comunicação, como a escrita e a palavra. Geralmente a faculdade diminui num sentido à medida que se desenvolve em outro. (2)


161. Os médiuns involuntários ou naturais são os que exercem a sua influência sem querer. Não têm nenhuma consciência do seu poder e quase sempre o que acontece de anormal ao seu redor não lhes parece estranho. Essas coisas fazem parte da sua própria maneira de ser, precisamente como as pessoas dotadas de segunda vista e que nem o suspeitam. Essas pessoas são dignas de observação e não devemos descuidar de anotar e estudar os factos dessa espécie que possam chegar ao nosso conhecimento. Eles surgem em todas as idades e frequentemente entre crianças ainda pequenas. (Ver no Cap. V: Manifestações espontâneas.)
Esta faculdade não é, por si mesma, indício de estado patológico, pois não é incompatível com a saúde perfeita. Se a pessoa que a possui é doente, isso provém de outra causa. Os meios terapêuticos, aliás, são impotentes para fazê-la desaparecer. Em alguns casos ela pode aparecer depois de uma certa fraqueza orgânica, mas esta não é jamais a sua causa eficiente. Não seria razoável, portanto, inquietar-se com ela no tocante à saúde. Só haveria inconveniente se a pessoa, tornando-se médium facultativo, a usasse de maneira abusiva, pois então poderia ocorrer excessiva emissão de fluido vital, determinando enfraquecimento orgânico.


162. A razão se revolta à lembrança das torturas morais e físicas a que a Ciência submeteu, algumas vezes, criaturas débeis e delicadas, com o fim de evitar que praticassem fraudes. Essas experimentações, na maioria das vezes feitas com más intenções, são sempre prejudiciais aos organismos sensitivos, podendo acarretar graves desordens à sua economia orgânica. Fazer semelhantes provas é jogar com a vida. O observador de boa fé não precisa empregar esses meios. Os que estão familiarizados com esses fenómenos sabem, aliás, que eles pertencem mais à ordem moral do que à ordem física, e que em vão se buscará a sua solução nas nossas Ciências exactas. (3)


(2) Os Espíritos não dão aos fenómenos físicos a mesma importância que lhes atribuímos. Interessam-se mais pelas manifestações inteligentes, destinadas à transmissão de mensagens ou à conversação esclarecedora. Veja-se o caso de Francisco Cândido Xavier, dotado de excelentes faculdades de efeitos físicos mas aplicando-se, por instrução de seus guias, especialmente à psicografia. Os fenómenos impressionam e servem muitas vezes para despertar o interesse pela Doutrina, mas o que realmente interessa é esta, com suas consequências morais e espirituais. Os Espíritos superiores chegam a proibir manifestações físicas em grupos que podem produzir mais no sentido da orientação e do alevantamento moral. Assim fizeram na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. (N. do T.)


Referência: O livro dos médiuns

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