domingo, 16 de setembro de 2007

Médium intuitivo


Médiuns Intuitivos


180. A comunicação do pensamento do Espírito pode dar-se também por meio do Espírito do médium, ou melhor, da sua alma, desde que designamos por essa palavra o Espírito quando encarnado. (2) O Espírito comunicante, nesse caso, não age sobre a mão para fazê-la escrever, não a toma nem a guia, agindo sobre a Alma com a qual se identifica. É então a Alma do médium que, sob essa impulsão, dirige a mão e esta o lápis.


Notemos aqui um facto importante que se deve conhecer. O Espírito comunicante não substitui a Alma do médium, porque não poderia deslocá-la do corpo: domina-a, sem que isso dependa da vontade dela, e lhe imprime a sua vontade própria. Assim, o papel da Alma não é absolutamente passivo. É ela que recebe o pensamento do Espírito e o transmite. Nessa situação, o médium tem consciência do que escreve, embora não se trate do seu próprio pensamento. É o que se chama médium intuitivo. (3)


Sendo dessa maneira, dir-se-ia, nada prova que seja outro Espírito e não o do médium que escreve. A distinção, de facto, é às vezes bastante difícil de se fazer, mas pode ser que isso pouco importe. Pode-se, entretanto, conhecer o pensamento sugerido pela razão de não ser jamais preconcebido, surgindo na proporção em que escreve, e muitas vezes ser mesmo contrário à ideia que se formara a respeito do assunto. Pode, ainda, estar além dos conhecimentos e da capacidade do médium. (4)


O papel do médium mecânico é o de uma máquina; o médium intuitivo age como um intérprete. Para transmitir o pensamento ele precisa compreendê-lo, de certa maneira assimilá-lo, a fim de traduzi-lo fielmente. Esse pensamento, portanto, não é dele: nada mais faz do que passar através do seu cérebro. É exactamente esse o papel do médium intuitivo.


2) Quanto à palavra alma deve-se consultar introdução ao Estudo da Doutrina Espírita, em O Livro dos Espíritos. Kardec explica a razão porque devemos chamar o Espírito, enquanto encarnado, de Alma, reservando a palavra Espírito para os desencarnados. (N. do T.)


(3) Esta explicação de Kardec sobre o mecanismo da mediunidade ou do acto mediúnico afasta a ideia falsa, que geralmente se faz, de que o Espírito comunicante se incorpora no médium. Não há realmente incorporação, mas apenas sintonia ou indução mental. A afirmação de que o Espírito comunicante domina a Alma do médium parece contraditada pela afirmação seguinte de que a Alma não é passiva. Basta lembrar que o domínio se refere apenas ao estabelecimento da relação fluídica, pois se o médium não quiser não transmite a mensagem, para compreender-se que não há contradição. O acto mediúnico é resultante de colaboração. (N. do T.)


(4) Note-se que as distinções indicadas, para a separação do pensamento sugerido, constituem elementos bem característicos do pensamento estranho. Assim, as dificuldades de distinção decorrem mais da falta de conhecimento do problema e da incompreensão das leis do pensamento, do que das condições supostamente confusas da transmissão. (N. do T.)


Referência:O livro dos médiuns

Um comentário:

Anônimo disse...

eu tenho muita curiosidade de que meu namorado que já partiu para o mundo espiritual escrevesse algo explicando para mim o que aconteceu e o que ele fez para ter tanta coragem de se suicidar?