quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Fenómeno de transporte


O Fenómeno de Transporte


96. Este fenómeno só difere dos que tratamos abaixo pela intenção benévola do Espírito que o produz, pela natureza dos objectos quase sempre graciosos e pela maneira suave e quase sempre delicada porque são transportados. Consiste no transporte espontâneo de objectos que não existem no lugar da reunião. Trata-se geralmente de flores, algumas vezes de frutos, de confeitos, de jóias etc.


97. Digamos logo que esse fenómeno é dos que mais se prestam à imitação e portanto é necessário estar prevenido contra o embuste. Sabe-se até onde pode chegar a arte da prestidigitação ante experiências desse género. Mesmo, porém, que não tenhamos de enfrentar um profissional, poderíamos ser facilmente enganados por uma manobra hábil e interessada. A melhor de todas as garantias é o carácter, a honestidade notória, o desinteresse absoluto da pessoa que obtém esses efeitos. Em segundo lugar, no exame atento de toda as circunstâncias em que os factos se produzem. Por fim, no conhecimento esclarecido do Espiritismo, único meio de se descobrir o que houvesse de suspeito.


98. A teoria do fenómeno de transporte e das manifestações físicas em geral foi resumida, de maneira notável, na seguinte dissertação de um Espírito, cujas comunicações trazem o cunho incontestável da profundeza e da lógica. Muitas delas aparecerão no curso desta obra. Ele se dá a conhecer com o nome de Erasto, discípulo de São Paulo, e como Espírito protector do médium que lhe serve de intérprete:


É indispensável, para obter fenómenos dessa ordem, dispor de médiuns que chamarei de sensitivos, ou seja, dotados no mais alto grau de faculdades medianímicas de expansão e de penetrabilidade. Porque o sistema nervoso desses médiuns, facilmente excitável, por meio de certas vibrações, projecta profusamente ao seu redor o fluido animalizado.
As naturezas impressionáveis, as pessoas cujos nervos vibram à menor emoção, à mais leve sensação que a influência moral ou física, interna ou externa, sensibiliza, são as mais aptas a se tornarem excelentes médiuns de efeitos físicos de tangibilidade e de transporte. Com efeito, seu sistema nervoso, quase inteiramente desprovido do invólucro refractário que isola esse sistema na maioria dos encarnados, torna-as apropriadas ao desenvolvimento desses diversos fenómenos. Assim, com um sujeito dessa natureza, e cujas demais faculdades não sejam hostis à mediunização, mais facilmente se obterão os fenómenos de tangibilidade, os golpes nas paredes e nos móveis, os movimentos inteligentes, e até mesmo a suspensão no espaço da mais pesada matéria inerte. Com maior razão, os mesmos resultados serão obtidos se, em vez de um médium, se dispuser de numerosos e igualmente bem dotados.


Mas da obtenção desses fenómenos à obtenção dos chamados transportes há todo um abismo. Porque, neste caso, não só o trabalho do Espírito é mais complexo, mais difícil, como ainda o Espírito só pode operar com um único aparelho medianímico. Isso quer dizer que muitos médiuns não podem contribuir simultaneamente para a produção do mesmo fenómeno. Acontece mesmo, ao contrário, que a presença de certas pessoas antipáticas ao Espírito operador entrava radicalmente a sua acção. A esses motivos que, como se vê, são importantes, acrescentemos que os transportes exigem sempre maior concentração, e ao mesmo tempo maior difusão de certos fluidos que só podem ser obtidos com médiuns muito bem dotados, médiuns, numa palavra, cujo aparelho eletromedianímico seja bem condicionado.


Em geral, os fenómenos de transporte são e continuarão a ser excessivamente raros. Não preciso demonstrar porque eles são e serão menos frequentes que os demais fenómenos de tangibilidade; do que já ficou dito podeis deduzi-lo. Aliás, esses fenómenos são de tal natureza que além de nem todos os médiuns servirem para produzi-los, nem todos os Espíritos podem também realizá-los. É necessário que exista entre o Espírito e o médium uma certa afinidade, uma certa analogia, numa palavra, uma determinada semelhança que permita à parte expansível do fluido perispirítico (9) do encarnado misturar-se, unir-se, combinar-se com o do Espírito que deseja fazer o transporte. Essa fusão deve ser de tal maneira que a força dela resultante se torne por assim dizer una: da mesma maneira que uma corrente eléctrica, agindo sobre o carvão produz um foco, uma claridade única. Por que essa união, essa fusão, perguntareis? É que, para a produção desses fenómenos, é necessário que as propriedades essenciais do Espírito agente sejam aumentadas com algumas das propriedades do mediunizado. Porque o fluido vital, apanágio exclusivo do encarnado, deve obrigatoriamente impregnar o Espírito agente. Só então ele pode, por meio de algumas propriedades do vosso ambiente, desconhecidas para vós, isolar, tornar invisíveis e movimentar alguns objectos materiais e mesmo os encarnados.


Não me é permitido, por agora, desvendar-vos as leis particulares que regem os gases e fluidos que nos envolvem. Mas antes que os anos se escoem, antes que uma existência do homem seja concluída, a explicação dessas leis e desses fenómenos ser-vos-á revelada. E vereis surgir e se desenvolver uma nova variedade de médiuns, que cairão num estado cataléptico particular ao serem mediunizados.
Vede de quantas dificuldades está cercada a produção dos transportes. Podeis logicamente concluir que os fenómenos dessa espécie são bastante raros, como já disse, e com mais razão que os Espíritos se prestam muito pouco a produzi-los, porque isso exige de sua parte um trabalho quase material, que Lhes causa aborrecimento e fadiga. Além disso, acontece que muito frequentemente, malgrado sua energia e sua vontade, o estado do próprio médium Lhes opõe uma barreira intransponível.


(8) A palavra aporte também serve para designar esse tipo de fenómeno. A tradição espírita incorporou o termo francês "apport" à língua portuguesa, como aconteceu no inglês, para designar também essa forma especial de transporte de objetos a recintos fechados. (N. do T.)


(9) Vemos que quando se trata de exprimir uma ideia nova, para a qual a língua não possui termo, os Espíritos podem perfeitamente criar neologismos. Estas palavras: eletromedianímico, perispirítico, não são nossas. Aqueles que nos criticam por havermos criado as palavras espírita, espiritismo, perispírito, que não tinham termos análogos, poderão agora fazer a mesma crítica aos Espíritos. (Nota de Kardec)


É portanto evidente, e não tenho dúvida que o aceitais, que os fenómenos sensíveis de golpes, movimentos e levitação são de natureza simples, realizando-se pela concentração e a dilatação de certos fluidos, e podem ser provocados e obtidos pela vontade e o trabalho de médiuns aptos, quando secundados por Espíritos amigos e benevolentes, enquanto os fenómenos de transporte são complexos, de natureza múltipla, exigindo a existência de condições especiais. Esses fenómenos só podem ser realizados por um só Espírito e um único médium e necessitam, além dos recursos para a produção da tangibilidade, uma combinação muito especial para isolar e tornar invisíveis o objecto ou os objectos a serem transportados.(10)


Todos vós, espíritas, compreendeis as minhas explicações e percebeis perfeitamente o que seja essa concentração de fluidos especiais para produzir a mobilidade e a tactilidade da matéria inerte. Aceitais isso, como aceitais os fenómenos da electricidade e do magnetismo, tão análogos aos mediúnicos, que são por assim dizer, a confirmação e o desenvolvimento daqueles. Quanto aos incrédulos e aos sábios, estes piores que aqueles, nada tenho para convencê-los e nem me interessam. Serão convencidos um dia pela evidência dos factos, porque terão de se curvar ante o testemunho unânime dos fenómenos espíritas, como já tiveram de fazer em relação a outros fenómenos que a princípio rejeitaram.
Para resumir: se os fenómenos de tangibilidade são frequentes, os de transporte são muito raros, porque as condições para a sua produção são bastante difíceis. Em consequência, nenhum médium pode dizer: em tal hora ou em tal momento obterei um transporte, porque muitas vezes o próprio Espírito se encontra impedido de fazê-lo. Devo acrescentar que esses fenómenos se tornam duplamente difíceis em público, onde quase sempre se encontram os elementos energeticamente refractários que paralisam os esforços dos Espíritos e com mais forte razão a acção do médium.


Sabei que, pelo contrário, esses fenómenos quase sempre se produzem espontaneamente nas reuniões particulares, no mais das vezes à revelia dos médiuns e sem que se espere, dando-se muito raramente quando aqueles estão prevenidos. Disso deveis concluir que há motivo legítimo de suspeita todas as vezes que um médium se vangloria de obtê-los à vontade ou de dar ordens aos Espíritos como se fossem seus empregados, o que é simplesmente absurdo. Tende ainda por regra que os fenómenos espíritas não servem para espectáculos e para divertir os curiosos. Se alguns Espíritos se prestam a isso, só pode ser através de fenómenos simples e não dos que, como o transporte, exigem condições excepcionais.
Lembrai-vos, espíritas, que se é absurdo repelir sistematicamente todos os fenómenos de além-túmulo, também não é prudente aceitá-los a todos de olhos fechados. Quando um fenómeno de tangibilidade, de aparição, de transporte se verifica espontaneamente e de improviso, aceitai-o. Mas nunca será demasiado repetir: não aceiteis nada cegamente. Que cada facto seja submetido a um exame minucioso, aprofundado e severo. Porque, acreditai-me, o Espiritismo, tão rico de fenómenos sublimes e grandiosos, nada tem a ganhar com essas insignificantes manifestações que hábeis prestidigitadores podem imitar.(11)


Bem sei o que ireis me dizer: que esses fenómenos são úteis para convencer os incrédulos. Mas sabei que, se não tivésseis outros meios de convicção, não teríeis hoje a centésima parte de espíritas com que podeis contar. Falai aos corações: é esse o caminho da maioria das conversões sérias. Se achais conveniente, para certas pessoas, utilizar-vos dos fenómenos materiais, pelo menos apresentai-os de tal maneira que não possam dar motivo a falsas interpretações. E, sobretudo, observai as condições normais desses fenómenos, porque apresentados de maneira imprópria eles servem de argumentos para os incrédulos, em vez de convencê-los. - ERASTO.
99. Esse fenómeno apresenta uma particularidade bem característica: a de que alguns médiuns só o obtêm em estado sonambulico, o que facilmente se explica. O sonâmbulo apresenta um desprendimento natural, uma espécie de isolamento do Espírito e seu perispírito em relação ao corpo, que deve facilitar a combinação dos fluidos necessários. É o caso dos transportes que presenciamos.


As questões seguintes foram apresentadas ao Espírito que os produzia, mas suas respostas às vezes se ressentem da sua falta de conhecimentos. Submetemo-las ao Espírito Erasto, muito mais esclarecido do ponto de vista teórico, que as completou com anotações bastante judiciosas. Um é o artesão, outro é o sábio. A própria comparação dessas duas inteligências é um estudo instrutivo, pois demonstra que não basta ser Espírito para tudo compreender.


(10) O problema da tangibilidade refere-se ao Espírito, que através da combinação de seus fluidos com os do médium consegue o grau de materialização necessária para tocar e sentir os objecto. Estes são naturalmente tangíveis, mas o Espírito não tem o censório físico para senti-los. Por isso necessita, como diz Erasto, impregnar-se do fluido vital do médium, que lhe dá a tangibilidade ou a possibilidade de agir sobre os objectos materiais e movimentá-los. (N. do T.)


(11) Nada aceitar cegamente nem fazer alarde de fenómenos corriqueiros ou de natureza duvidosa, susceptíveis de ser imitados por trapaceiros, é uma condição de boa divulgação da Doutrina. Erasto adverte contra as infracções dessa regra, que até hoje se verificam por toda parte. O Espiritismo, que se funda na verdade, não precisa de recursos fúteis. (N. do T.)


1. Queres dizer-nos por que os transportes que produzes só se realizam durante o sono magnético do médium?
— Por causa da natureza do médium. Os factos que produzo quando ele dorme, poderia igualmente produzir no estado de vigília de outro médium.


2. Por que demoras tanto a trazer os objectos, e por que excitas a cobiça do médium, excitando-lhe o desejo de obter o objecto prometido?
— Necessito de tempo para preparar os fluidos que servem ao transporte. Quanto à excitação, muitas vezes tem apenas o fim de divertir os presentes e a sonâmbula.


Nota de Erasto - O Espírito que respondeu sabe apenas isso. Não tem consciência do motivo dessa excitação da cobiça, que provoca instintivamente e sem compreender-lhe o efeito. Ele pensa divertir, quando na verdade estimula, sem o saber, maior emissão de fluido. É uma decorrência das dificuldades que o fenómeno apresenta, dificuldades maiores quando ele não é espontâneo, e particularmente com outros médiuns.


3. A produção do fenómeno depende da natureza especial do médium, e seria possível obtê-lo com mais facilidade e presteza por outro médium?
— A produção do fenómeno depende da natureza do médium, e só se pode produzi-lo por meio de médiuns dessa natureza. Para a presteza, vale-nos muito o hábito adquirido no trato frequente do mesmo médium.


4. A influência das pessoas presentes pode embaraçá-lo de alguma maneira?
— Quando há incredulidade, oposição, da parte delas, podem criar-nos sérias dificuldades. Preferimos realizar nossas experiências com pessoas crentes e versadas no Espiritismo. Mas não quero dizer, com isso, que a má vontade nos pudesse paralisar por completo.


5. Onde pegaste as flores e os bombons que trouxeste?
— As flores, nos jardins, onde elas me agradem.


6. E os bombons? O confeiteiro deve ter percebido a sua falta?
— Tomo-os onde quero. O confeiteiro não percebeu nada, porque pus outros no lugar.


7. Mas os anéis têm preço; onde os tomaste? Não ficou prejudicado aquele de quem os tiraste?
— Tirei-os de lugares que ninguém conhece, e o fiz de maneira que não prejudicará a ninguém.


Nota de Erasto - Creio que o facto foi explicado de maneira incompleta, por falta de conhecimento do Espírito que respondeu. Sim, pode ter havido no caso um prejuízo real, mas o Espírito não quis passar por haver desviado alguma coisa. Um objecto só pode ser substituído por outro idêntico, da mesma forma e do mesmo valor. Assim, se um Espírito tivesse a possibilidade de substituir um objecto tirado, não haveria razão para o tirar, pois poderia dar o que serve de substituto.


8. É possível transportar flores de outro planeta?
— Não, para mim isso não é possível.
— (A Erasto) Outros Espíritos teriam esse poder?
— Não, isso não é possível em razão das diferenças de meio ambiente.


9. Podereis transportar flores de outro hemisfério; dos trópicos por exemplo?
— Desde que seja da Terra, posso.


10. Os objectos que trouxeste podereis fazê-los desaparecer e devolvê-los?
— Tão bem como os trouxe; posso devolvê-los, se quiser.


11. A produção do fenómeno de transporte não te exige um sacrifício, não te causa dificuldades?
— Não nos causa nenhuma dificuldade quando temos a devida permissão. Poderia causar-nos muitas se quiséssemos produzi-los sem estar autorizados.
Nota de Erasto - Ele não quer dizer que é penosa embora o seja, pois é forçado a realizar uma operação por assim dizer material.


12. Quais as dificuldades que encontras?
— Nenhuma além das más disposições fluídicas, que podem ser contrárias.


13. Como trazes o objecto? Carregando-o com as mãos?
— Não; envolvo-o em mim mesmo.


Nota de Erasto - Ele não explica claramente a sua operação, pois na verdade não envolve o objeto na sua pessoa. Como o seu fluido pessoal pode dilatar-se, é penetrável e expansível, ele combina uma porção desse fluido com uma porção do fluido animalizado do médium, e é nessa mistura que oculta e transporta o objecto. Não é certo dizer, portanto, que o envolve nele mesmo.


14. Transportarias com mesma facilidade um objecto mais pesado: de cinquenta quilos, por exemplo?
— O peso nada é para nós. Trago flores porque elas podem ser mais agradáveis que um objecto volumoso.


Nota de Erasto - É certo. Ele pode transportar cem ou duzentos quilos de objectos, porque a gravidade que existe para vós não existe para ele. Mas neste caso também ele não percebe o que se passa. A massa de fluidos combinados é proporcional à massa de objectos. Numa palavra: a força deve estar na proporção da resistência. Assim, se o Espírito só transporta uma flor ou um objecto leve, é frequentemente por não encontrar no médium ou nele mesmo os elementos necessários para um maior esforço.


15. Alguns casos de desaparecimento de objectos, por motivo ignorado, serão devidos aos Espíritos?
— Isso acontece com frequência, muito mais frequentemente do que pensais, e poderia ser remediado pedindo-se ao Espírito a devolução do objecto.


Nota de Erasto - É verdade, mas às vezes o que foi levado, levado está. Porque esses objectos que somem da casa são quase sempre levados para muito longe. Mas, como a subtracção de objectos exige quase as mesmas condições fluídicas dos transportes, só pode se dar com a ajuda de médiuns dotados de faculdades especiais. Por isso, quando alguma coisa desaparecer, é mais provável que se deva ao vosso descuido que à acção dos Espíritos.


16. Há efeito da acção de certos Espíritos que consideramos como fenómenos naturais?
— Vossos dias estão cheios desses factos que não compreendeis, porque não pensastes neles, e que um pouco de reflexão vos faria ver com clareza.


Nota de Erasto - Não se deve atribuir aos Espíritos o que é obra humana. Mas acreditai na sua influência oculta e constante, produzindo ao vosso redor mil circunstâncias, milhares de incidentes necessários à realização dos vossos actos e da vossa existência.(12)
17. Entre os objectos usados nos transportes não há os que podem ser fabricados pelos Espíritos? Quer dizer: produzidos espontaneamente pelas modificações que eles podem provocar no fluido ou elemento universal?
— Não por mim, que não tenho permissão para isso. Só um Espírito elevado pode fazê-lo.


18. Como introduziste outro dia esses objectos na sala que estava fechada?
— Levei-os comigo, envolvidos por assim dizer, na minha substância. Não posso dizer mais, porque isso não é explicável.


19. Como fizeste para tornar visíveis esses objectos, que estavam invisíveis?
— Tirei a matéria que os envolvia.
Nota de Erasto - Não é a matéria propriamente dita que os envolve, mas um fluido tirado em parte do perispírito do médium e em parte (metade de cada um) do Espírito operador.


20. (A Erasto) - Um objecto pode ser transportado para um lugar completamente fechado; numa palavra, o Espírito pode espiritualizar um objecto material de maneira que ele possa penetrar a matéria?
— Esta questão é complexa. O Espírito pode tornar invisíveis os objectos transportados, mas não penetráveis. Não pode desfazer a agregação da matéria, o que seria a destruição do objecto. Tornando-o invisível, pode carregá-lo quando quiser e só o largar no momento conveniente para fazê-lo aparecer. Bem diverso o que se passa com os objectos que compomos. Nestes introduzimos apenas os elementos da matéria, e como esses elementos são essencialmente penetráveis como atravessamos os corpos mais densos com a mesma facilidade dos raios solares atravessando as vidraças, podemos perfeitamente dizer que introduzimos o objecto num lugar, por mais fechado que ele esteja. Mas isto somente nesse caso. (13)


(12) Os Espíritos estão por toda a parte, são uma das forças da Natureza em constante acção no Universo. (Ver o n.º 87 de O Livro dos Espíritos). A resposta de Erasto se refere a essa actividade natural dos espíritos, que agem também ao nosso redor e dariam condições para o cumprimento dos nossos destinos. Não se trata de nada sobrenatural ou misterioso, mas de um aspecto da Natureza que o Espiritismo vem esclarecer. (N. do T.)


(13) Ver adiante, sobre a teoria da formação espontânea dos objectos, o Cap. VIII, intitulado Laboratório do Mundo Invisível. (N. de Kardec).

Referência: O livro dos médiuns

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