sexta-feira, 27 de julho de 2007

Perguntas que se podem fazer



Perguntas que se podem fazer


Observações Preliminares - Perguntas Agradáveis e Desagradáveis - Perguntas Sobre o Futuro - Sobre as Existências Passadas e Futuras - Sobre Interesses Morais e Materiais - Sobre a Situação dos Espíritos - Sobre a Saúde - Sobre Invenções e Descobertas - Sobre Tesouros Ocultos - Sobre Outros Mundos
Observações Preliminares


286. Nunca seria demasiado o nosso cuidado com a maneira de interpelar os Espíritos e mais ainda com a natureza das perguntas. Duas coisas devemos considerar nessas perguntas: a forma e o fundo. No tocante à forma, devem ser redigidas com clareza e precisão, evitando-se a complexidade. Mas outro ponto importante é a ordem em que devem ser dispostas. Num assunto que exige uma série de perguntas é essencial que elas se encadeiem com método, decorrendo naturalmente umas das outras. Dessa maneira os Espíritos respondem com muito mais facilidade e maior clareza do que se perguntássemos ao acaso, saltando de um assunto para outro. Por essa razão é conveniente prepará-las antes, deixando para intercalar durante a sessão as que surgirem das circunstâncias. Além de ser melhor a redacção feita com calma, esse trabalho preparatório representa, como já dissemos, uma evocação antecipada a que o Espírito pode ter assistido e se preparado para responder. Verificaremos que muito frequentemente o Espírito responde por antecipação a certas perguntas, o que prova que já as conhecia.(1)


O fundo da pergunta requer uma atenção ainda mais séria, porque é muitas vezes a natureza da interpelação que provoca uma resposta certa ou errada. Há as que os Espíritos não podem ou não devem responder, por motivos que desconhecemos. Inútil, portanto, insistir.(2) Mas as que mais devemos evitar são as perguntas para experimentar a sua perspicácia. Costuma-se dizer que quando uma coisa é evidente eles a devem saber. Pois é precisamente por se tratar do que já sabemos, ou que podemos esclarecer por nós mesmos, que eles não se dão ao trabalho de responder. Essa suspeita os ofende e nada se consegue de satisfatório. Não temos sempre desses exemplos entre nós? Os homens de conhecimento superior, conscientes de seu valor, gostariam de responder a perguntas tolas como se fossem escolares? O desejo de fazer de certa pessoa um adepto não é razão para os Espíritos satisfazerem uma curiosidade vã. Sabem que cedo ou tarde ela chegará à convicção, e os meios que usam para conduzi-la nem sempre são os que supomos.
Pense-se num homem grave, ocupado em coisas úteis e sérias, constantemente amolado pelas perguntas pueris de uma criança, e pode-se imaginar o que os Espíritos superiores pensam de todas as tolices que lhes repetem. Isso não quer dizer que não se possam obter dos Espíritos ensinamentos úteis e sobretudo excelentes conselhos, mas que eles respondem mais ou menos bem, segundo os seus conhecimentos, o interesse e a afeição que nos votam, o fim que nos propomos e utilidade que vêem no assunto. Mas se nos limitamos a julgá-los mais capazes do que outros a nos informar sobre as questões deste mundo, não poderão olhar-nos com muita simpatia. Daí por diante só nos visitarão rapidamente e, muitas vezes, conforme o seu grau de imperfeição, estarão mal-humorados por terem sido incomodados inutilmente.(3)

287. Algumas pessoas pensam que é preferível não fazer perguntas, convindo esperar o ensinamento dos Espíritos, sem o provocar. Isso é um erro. Não há dúvida que os Espíritos dão instruções espontâneas de elevado alcance que não podemos desprezar, mas há explicações que teríamos de esperar por muito tempo se não solicitasse mos. Sem as nossas perguntas, O Livro dos Espíritos e O Livro dos Médiuns ainda estariam por fazer ou pelo menos seriam muito mais incompletos: numerosos problemas de grande importância estariam ainda por resolver.(4) Longe de terem qualquer inconveniente, as perguntas são de grande utilidade para a nossa instrução, quando as sabemos formular nos limites convenientes. E oferecem ainda outra vantagem, pois ajudam a desmascarar os Espíritos mistificadores. Estes, mais pretensiosos do que sábios, raramente suportam a prova de um questionário formulado com lógica cerrada, cujas perguntas os levam aos seus últimos redutos. Como os Espíritos realmente superiores nada têm a temer de semelhante processo, são os primeiros a sugerir que se peçam explicações sobre os pontos obscuros. Os outros, pelo contrário, temendo enfrentar argumentos mais fortes, empenham-se cuidadosamente em evitá-los. É assim que geralmente recomendam aos médiuns que desejam dominar, para fazê-los aceitar as suas utopias, que se abstenham de toda controvérsia a respeito dos seus ensinos.


Quem bem compreendeu o que dissemos até aqui, nesta obra, já pode fazer ideia da área a que deve limitar as perguntas dirigidas aos Espíritos. Não obstante, para maior certeza, damos abaixo as suas respostas aos principais assuntos que pessoas pouco experientes estão geralmente dispostas a apresentar-lhes.


(1) Pode-se argumentar que o Espírito antecipa as respostas porque tem a faculdade de ler no pensamento do interrogante, no próprio momento da sessão. Mas não se deve esquecer que Kardec se apoiava numa larga e intensa experiência, durante a qual observara e ouvira mesmo dos Espíritos que eles haviam assistido à elaboração das perguntas. Por outro lado, nem todos os Espíritos estão em condições de ler o pensamento dos interrogantes. (N. do T.)

2) Nas relações com os Espíritos devemos lembrar que também entre os homens há coisas que não devemos perguntar e muito menos insistir. Os Espíritos estão num plano diferente do nosso e perguntas que nos parecem simples podem ter para eles um sentido mais grave. (N. do T.)


(3) Os Espíritos se interessam pelo nosso esclarecimento espiritual e não podem permitir que os convertamos em instrumentos de curiosidade ou passatempo. Quando ainda conservam certas imperfeições terrenas, embora querendo ajudar-nos, irritam-se com a nossa insistência em problemas corriqueiros, da mesma maneira que um professor interessado no progresso do aluno se irrita com as suas divagações inúteis. (N. do T.)
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288. Perguntas agradáveis ou desagradáveis aos Espíritos.
1. Os Espíritos respondem de boa vontade às perguntas que lhes fazemos?
— Depende das perguntas. Os Espíritos sérios respondem com prazer às que objectivam o bem e os meios de vos fazer progredir. Não dão ouvidos às perguntas fúteis.


2. Basta que uma pergunta seja séria para ter uma resposta séria?
— Não. Isso depende do Espírito que responde.
— Mas uma pergunta séria não afasta os Espíritos levianos?
— Não é a pergunta que afasta os Espíritos levianos, é o carácter de quem a faz.


3. Quais as perguntas particularmente desagradáveis para os Espíritos bons?
— Todas as que são inúteis ou feitas por curiosidade e para experimentá-los. Então eles não respondem e se afastam.
— Há perguntas que desagradem aos Espíritos imperfeitos?
— Somente aquelas que possam pôr-lhes à mostra a ignorância ou a mistificação, quando estão procurando enganar. Fora disso, respondem a tudo sem se preocuparem com a verdade.


4. Que pensar das pessoas que só vêem nas comunicações espíritas uma distracção ou um passatempo, um meio de obter revelações sobre questões de interesse pessoal?
— Os Espíritos inferiores gostam muito dessas pessoas que, como eles, gostam de se divertir, e ficam satisfeitos quando as mistificam.


5. Quando os Espíritos não respondem a certas perguntas é por que não querem ou por que uma potência superior se opõe a certas revelações?
— Uma coisa e outra. Há coisas que não podem ser reveladas e outras que o Espírito não conhece.


(4) Esta declaração de Kardec deixa bem clara a importância do seu trabalho na Codificação. Para dar um exemplo, ele escapou da modéstia habitual e reconheceu o valor fundamental dos seus questionários, que levaram os Espíritos a tratar minuciosamente de numerosos problemas que abordariam apenas de maneira geral. A posição dos Espíritos é diferente da nossa. Por isso, é preciso que lhes apresentemos concretamente os nossos problemas, mostrando os nossos pontos de dúvida, que para eles não existem. É o mesmo que se dá com os alunos diante de um professor de grande sabedoria, sempre voltado para questões elevadas. (N. do T.)
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— Insistindo-se bastante o Espírito acabará por responder?
— Não, o Espírito que não quer responder pode retirar-se sem dificuldade. É por isso que convém esperar quando vos mandam e sobretudo não insistir para obter resposta. A insistência por uma resposta que não vos querem dar é um meio certo de ser enganado.(5)


6. Todos os Espíritos estão aptos a compreender as perguntas que lhes fazem?
— Longe disso. Os Espíritos inferiores são incapazes de responder a certas perguntas, o que não os impede de fazê-lo bem ou mal, como acontece entre vós.
Observação - Em certos casos, e quando for útil, acontece muitas vezes que um Espírito mais esclarecido ajuda um Espírito ignorante e lhe assopra a resposta. Isso se reconhece facilmente pelo contraste da resposta com as demais, e também porque frequentemente o próprio Espírito o confirma. Mas isso só acontece com os Espíritos ignorantes de boa fé, jamais com os que fingem saber.


289. Perguntas sobre o futuro.


7. Os Espíritos podem nos desvendar o futuro?
— Se o homem conhecesse o futuro, negligenciaria o presente. É esse um problema sobre o qual sempre insistis para obter resposta precisa. Trata-se de um grave erro, porque a manifestação dos Espíritos não é meio de adivinhação. Se insistirdes numa resposta ela vos será dada por um Espírito leviano. Temos dito isso a todo instante. (Ver O Livro dos Espíritos, Conhecimento do futuro, nº 868)


8. Às vezes, entretanto, alguns acontecimentos futuros não são anunciados espontaneamente pelos Espíritos de maneira verídica?
— Pode acontecer que o Espírito preveja coisas que considera conveniente dar a conhecer, ou que tenha por missão revelar-vos. Mas é nesses casos que mais devemos temer os Espíritos mistificadores, que se divertem fazendo predições. É somente pelo conjunto das circunstâncias que podemos julgar o grau de confiança que elas merecem.


9. De que espécie de predições devemos mais desconfiar?
— De todas as que não forem de utilidade geral. As predições pessoais podem, quase sempre, ser consideradas falsas.


10. Com que fim os Espíritos anunciam espontaneamente acontecimentos que não se realizam?
— Na maioria das vezes para se divertirem com a credulidade, com o terror ou a alegria que causam, pois riem do desapontamento. Entretanto, essas predições mentirosas têm às vezes um fim mais sério: o de experimentar as pessoas a que são dirigidas, verificando a maneira porque as recebem, a natureza dos sentimentos bons ou maus que despertam.


Observação - Tal seria, por exemplo, o anúncio do que pode excitar a cupidez ou a ambição, com a morte de uma pessoa, a perspectiva de uma herança etc.


11. Por que os Espíritos sérios, quando fazem pressentir um acontecimento, geralmente não marcam a data? Por que não podem ou não querem?
— Por uma e outra razão. Eles podem, em certos casos, fazer pressentir um acontecimento: é então um aviso que vos dão. Quanto a precisar a época, muitas vezes não o devem fazer; muitas vezes também não o podem, porque eles mesmos não sabem. O Espírito pode prever um facto, mas o momento preciso pode depender de acontecimentos que ainda não se deram e só Deus o conhece. Os Espíritos levianos, que não têm escrúpulo de vos enganar, indicam os dias e as horas sem se importarem com a verdade. É por isso que toda predição circunstanciada deve ser considerada suspeita.


(5) Retirando-se o Espírito bom, um Espírito inferior lhe toma o lugar imediatamente e responde em seu lugar. É o inverso do que acontece com o Espírito inferior, mas de boa fé, quando socorrido por um Espírito bom, como se vê pela observação acima. O processo mediúnico é bastante complexo e delicado. Se não prestarmos atenção às respostas seremos enganados, quando insistimos indevidamente, porque não percebemos o afastamento do Espírito comunicante e sua substituição por outro. (N. do T.)
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Ainda uma vez nossa missão é a de vos fazer progredir e vos ajudamos quanto podemos. Os que pedem aos Espíritos superiores a sabedoria jamais serão enganados. Mas não penseis que perdemos o nosso tempo com as vossas futilidades e a vos ler a sorte. Deixamos isso a cargo dos Espíritos levianos, que se divertem com isso como moleques travessos.
A Providência pôs limites às revelações que podem ser feitas aos homens. Os Espíritos sérios guardam silêncio sobre tudo o que lhes é proibido revelar. Quem insiste para obter uma resposta se expõe às mistificações dos Espíritos inferiores, sempre prontos a aproveitar as oportunidades de explorar a vossa credulidade.


Observação - Os Espíritos vêem ou pressentem por indução os acontecimentos futuros. Vêem que se realizam num tempo que não medem como nós. Para precisar a época da ocorrência teriam de identificar-se com a nossa maneira de calcular a duração, o que nem sempre julgam necessário. Essa, quase sempre, a causa dos erros aparentes.(6)


12. Não existem homens dotados de faculdade especial para ver o futuro?
— Sim, aqueles cuja alma se desprende da matéria. E nesse caso é o Espírito que vê. Quando convém, Deus lhes permite revelar algumas coisas para o bem. Mas ainda existem mais impostores e charlatães. Essa faculdade se tornará mais comum no futuro.(7)


13. Que pensar dos Espíritos que se divertem predizendo a alguém a sua morte, com dia e hora fixados?
— São brincalhões de mau gosto, de excessivo mau gosto, que só querem divertir-se com o susto que pregam. Nunca se deve preocupar com isso.(8)


14. Mas como é que certas pessoas são avisadas por pressentimento da época da sua morte?
— Na maioria das vezes é o próprio Espírito que o sabe nos seus momentos de liberdade e a pessoa conserva a intuição quando acordada. É por isso que essas pessoas, estando já preparadas, não se assustam nem se comovem. Para elas, essa separação do corpo e da alma é apenas uma mudança de situação, ou se preferirdes um exemplo vulgar, é como tirar uma roupa grosseira para vestir uma de seda. O medo da morte diminuirá à medida que se propagar a convicção espírita.(9)


290. Perguntas sobre as existências passadas e futuras.


(6) O problema do tempo está bem definido em "A Génese", Cap. VI, nº 2: "O tempo é a sucessão das coisas". No próprio plano material o tempo varia de um lugar para outro e mais ainda de um mundo para outro. O tempo do mundo espiritual é forçosamente diferente do nosso. (N. do T.)


(7) A precognição, profecia ou visão do futuro é uma faculdade da alma, que só pode exercê-la quando se desprende total ou parcialmente do corpo. Essa a razão porque os parapsicólogos actuais não conseguem descobrir a maneira de controlá-la como se faz com as faculdades sensoriais, para aplicá-la na vida prática. (N. do T.)


(8) Esses brincalhões de mau gosto pregam outras peças semelhantes: anunciam, às vezes até por meio de visões, desastres que não acontecem, nascimento de crianças aleijadas e assim por diante. As pessoas de fé não se deixam atemorizar confiando em Deus. (N. do T.)


(9) O texto francês diz: les croyances spirites, geralmente traduzido ao pé da letra. Em francês a palavra crença tem aplicações diversas das nossas. No caso acima trata-se de convicção. (N. do T.)
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15. Os Espíritos podem revelar-nos as existências passadas?
— Deus, às vezes, permite que elas sejam reveladas, dependendo do objectivo. Se for para a vossa edificação e instrução as revelações serão verdadeiras e, nesse caso, quase sempre feitas espontaneamente e de maneira inteiramente imprevistas. Mas nunca Deus as permite para satisfazer à vã curiosidade.(10)
— Porque certos Espíritos nunca se recusam a fazer essas revelações?
— São Espíritos brincalhões que se divertem à vossa custa. Em geral deveis considerar falsas ou pelo menos suspeitas as revelações dessa natureza que não tiverem um fim eminentemente sério e útil. Os Espíritos zombeteiros se divertem lisonjeando a vaidade das pessoas com a revelação de pretensos antecedentes. Há médiuns e crentes que aceitam por legítimo o que lhes dizem a respeito, sem notarem que o estado actual do seu Espírito em nada justifica a posição que pretendem haver ocupado. Vaidadezinha com que os Espíritos zombeteiros se divertem, como o fazem os homens. Seria mais lógico e mais de acordo com a evolução dos seres que eles tivessem subido ao invés de descer, o que aliás lhes seria mais honroso. Para se aceitar essas revelações seria necessário que fossem feitas espontaneamente, por diversos médiuns desconhecidos entre si e também daquele que primeiro a fez. Então haveria razão evidente para crer-se.
— Se não podemos conhecer a nossa individualidade anterior, dá-se o mesmo com o género de existência que tivemos, com a posição social que ocupamos e as qualidades e defeitos que predominaram em nós?
— Não, isso pode ser revelado, porque pode servir para vos melhorar. Mas, independente disso, estudando o vosso presente podeis deduzir, por vós mesmos, o vosso passado. (Ver O Livro dos Espíritos: Esquecimento do passado, nº 392)(11)


16. Podemos ter alguma revelação sobre nossas existências futuras?
— Não. Tudo o que alguns Espíritos vos disserem a respeito será simples traquinices. E isso se compreende: vossa futura existência não pode ser percebida antes, pois ela será o que ireis determinar por vós mesmos segundo a vossa conduta na Terra e as resoluções posteriores como Espírito. Quanto menos tiverdes de expiar, mais feliz ela será. Mas saber onde e como será essa existência, ainda uma vez: isso é impossível. Salvo no caso especial e raro dos Espíritos que só estão na Terra para cumprir missão importante, porque então o seu roteiro é de alguma forma traçado com antecedência.(12)


291. Perguntas sobre interesses morais e materiais.


17. Podemos pedir conselhos aos Espíritos?
— Sim, não há dúvida. Os Espíritos bons jamais se recusam a ajudar os que os invocam cheios de confiança, principalmente quando se trata de assuntos da alma. Mas repelem os hipócritas, aqueles que fingem buscar a luz e se comprazem nas trevas.


18. Os Espíritos podem aconselhar sobre questões de interesse particular?
— Algumas vezes, conforme o caso. Depende também dos Espíritos interpelados. Os conselhos referentes à vida particular são dados com mais exactidão pelos Espíritos familiares, os que mais se ligam às pessoas e se interessam pelo que lhes concerne. O Espírito familiar é o amigo, o confidente de vossos mais secretos pensamentos. Mas frequentemente o cansais com perguntas tão estúpidas que ele se afasta. Por outro lado seria absurdo interpelar sobre problemas íntimos a Espíritos estranhos, da mesma maneira que propô-los ao primeiro indivíduo que encontrásseis pela frente. É bom não esquecer que a banalidade das perguntas é incompatível com a superioridade dos Espíritos. Necessário também considerar as qualidades do Espírito familiar, que pode ser bom ou mau, segundo os motivos de simpatia que o ligam à pessoa. O Espírito familiar de um homem mau é um mau Espírito, cujos conselhos podem ser perniciosos. Mas ele se afasta e cede o lugar a um Espírito melhor se o homem melhora. O semelhante atrai o semelhante.(13)


(10) Note-se a razão do esquecimento do passado: certas lembranças de vidas anteriores seriam grandemente prejudiciais à reabilitação do Espírito na encarnação actual. (N. do T.)


(11) Muitas revelações têm sido publicadas, em livros e folhetos, sobre encarnação de pessoas vivas na actualidade. Certos médiuns se deixaram envaidecer com revelações desse tipo, que em nada condizem com sua situação presente, desviando-se do cumprimento humilde de sua missão mediúnica. Além disso, essas atitudes acarretam o descrédito da doutrina e lançam o ridículo sobre o princípio da reencarnação. (N. do T.)


(12) A percepção do futuro tem os seus limites, como todas as coisas. Esse o perigo das profecias audaciosas e também a razão da forma simbólica da maioria delas. O problema do fatalismo e da liberdade se esclarece ao reflectirmos sobre essa resposta. (N. do T.)


(13) Nosso livre-arbítrio cria o nosso determinismo. Se persistirmos no mau caminho determinaremos um mau futuro em más companhias. Se escolhermos o bem e lutarmos contra as nossas más tendências, melhorando-nos, determinaremos a mudança imediata da nossa situação e um futuro melhor, na companhia de Espíritos bons que se afinarão com as nossas decisões. Tudo depende primeiramente de nós. (N. do T.)
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19. Os Espíritos familiares podem ajudar nos interesses materiais por meio de revelações?


— Podem. E o fazem algumas vezes, segundo as circunstâncias, mas os Espíritos bons jamais se prestam a servir à cupidez. Os maus fazem brilhar mil miragens aos vossos olhos para vos excitar e mistificar, levando-vos à decepção. Sabei também que se a vossa prova é sofrer esta ou aquela vicissitude, os Espíritos protectores podem vos ajudar a suportá-la com resignação, às vezes amenizá-la, mas no interesse do vosso próprio futuro não podem afastá-la. É assim que um bom pai não concede ao filho tudo o que este deseja.


Observação - Nossos Espíritos protectores podem, em muitas circunstâncias, indicar-nos o melhor caminho, sem entretanto nos levarem a ele. Do contrário perderíamos toda iniciativa e nada mais faríamos sem recorrer a eles, isso em prejuízo do nosso aperfeiçoamento. Para progredir o homem tem sempre necessidade de adquirir experiências à sua própria custa. É por isso que os Espíritos sábios, sempre prontos a nos aconselhar, entregam-nos às nossas próprias forças, como um instrutor hábil faz com seus alunos. Nas circunstâncias ordinárias da vida nos aconselham pela inspiração e nos deixam assim todo mérito do bem, como toda a responsabilidade pelas más escolhas.


Seria abusar da condescendência dos Espíritos familiares e não compreender a sua missão interrogá-los a todo instante sobre as questões mais corriqueiras, como o fazem certos médiuns. Há os que por um sim ou um não tomam o lápis e pedem conselhos para as mais simples decisões. Essa mania revela estreiteza de ideia e ao mesmo tempo a presunção de ter sempre um Espírito serviçal às ordens, sem nada mais a fazer do que se ocupar de nós e de nossos pequeninos interesses. Além disso, equivale a aniquilar seu próprio julgamento e reduzir-se a um papel passivo, sem nenhum proveito no presente e com prejuízo certo para o progresso futuro. Se há infantilidade em interrogar os Espíritos sobre questões fúteis, também é infantil, de parte dos Espíritos, ocuparem-se espontaneamente do que podemos chamar de rotina caseira. Esses Espíritos podem ser bons, mas seguramente estão ainda muito terrenos.


20. Se uma pessoa deixa, ao morrer seus negócios embrulhados, pode-se pedir ao seu Espírito que ajude a desembaraçá-los e pode-se ainda interrogá-lo sobre os haveres reais que deixou, caso não se saiba o total e seja isso do interesse da Justiça?
— Esqueceis que a morte é uma libertação das preocupações terrenas. Julgais então que o Espírito, feliz com a sua liberdade, virá de boa vontade retomar a cadeia e ocupar-se de coisas que não mais lhe concernem, para satisfazer o cupidez dos herdeiros, talvez contentes com a sua morte, da qual esperam tirar proveito? Falais de justiça, mas a justiça está na decepção da ganância dos herdeiros; é o começo das punições que Deus reserva para sua avidez dos bens terrenos. Além disso, os embaraços deixados às vezes pela morte de uma pessoa fazem parte das provas da vida e nenhum Espírito tem o poder de afastá-los, pois pertencem aos decretos de Deus.


Observação - Essa resposta desapontará certamente os que imaginam que os Espíritos nada têm de melhor a fazer do que servir-nos de auxiliadores clarividentes para guiar-nos, não em direcção ao céu, mas na própria Terra. Outra consideração vem apoiar essa resposta. Se um homem deixou em vida os seus negócios atrapalhados por desleixo, não é verossímil que depois da morte tome mais cuidados, pois deve sentir-se feliz de estar livre das preocupações que lhe causavam. Aliás, por menos elevado que seja, lhes dará menos importância como Espírito do que como homem. Quanto aos haveres não sabidos que possa ter deixado, não há nenhuma razão para se interessar por herdeiros ávidos, que provavelmente nem pensariam nele se não esperassem algum lucro. E se ainda estiver imbuído de paixões humanas poderá mesmo sentir um prazer malicioso com o seu desapontamento.
Se, no interesse da justiça e das pessoas que estima, um Espírito julgar útil fazer dessas revelações, as fará espontaneamente, sem necessidade de que o interessado seja médium ou recorra a um médium. Ele o levará ao conhecimento do assunto por meio de circunstâncias inesperadas, mas nunca em virtude de pedidos que lhe façam, pois os pedidos não podem mudar a natureza das provas que se têm de sofrer. Seriam antes capazes de agravá-las, pois quase sempre revelam cupidez e demonstram ao Espírito que só se pensa nele por interesse. (Ver nº 295)


292. Perguntas sobre a situação dos Espíritos.


21. Podemos solicitar esclarecimentos aos Espíritos sobre a sua situação no mundo espiritual?
— Sim, e eles respondem de boa vontade quando o pedido é ditado pela simpatia e pelo desejo de ser útil, e não pela curiosidade.


22. Os Espíritos podem explicar a natureza dos seus sofrimentos ou da sua felicidade?
— Perfeitamente, e essas revelações representam para vós um grande ensinamento, pois vos iniciam no conhecimento da natureza das penas e recompensas futuras. Ao destruir as ideias falsas sobre o assunto, elas tendem a vos reavivar a fé e a confiança na bondade de Deus. Os Espíritos bons se sentem felizes ao vos relatar a felicidade dos eleitos. Os maus podem ser constrangidos a descrever os seus sofrimentos, para provocar neles mesmos o arrependimento. Às vezes encontram nisso uma espécie de alívio: é o infeliz que se lamenta esperando a compaixão.
Não vos esqueçais de que o fim essencial e exclusivo do Espiritismo é a vossa melhora. É para atingi-lo que os Espíritos têm a permissão de vos iniciar na vida futura, oferecendo-vos exemplos que podereis aproveitar. Quanto mais vos identificardes com o mundo que vos espera menos sofrereis com esse em que estais. Esse é, em suma, o objectivo actual da revelação.(14)


23. Evocando-se uma pessoa cujo destino é ignorado, pode-se saber dela mesma se ainda está viva?
— Sim, se a incerteza quanto à sua morte não for uma necessidade ou uma prova para os que têm interesse em sabê-lo.
— Se tiver morrido poderá relatar as circunstâncias da sua morte, de maneira a se poder verificá-la?
— Se der alguma importância a isso, poderá fazê-lo. Se não, pouco se incomodará.
Observação - A experiência prova que, nesses casos, o Espírito não é absolutamente tocado pelo nosso interesse quanto às circunstâncias de sua morte. Se quiser revelá-las o fará por si mesmo, seja por via mediúnica ou por meio de visões e aparições, podendo dar então as indicações mais precisas. Caso contrário, um Espírito mistificador pode perfeitamente tomar-lhe o lugar e divertir-se indicando pesquisas inúteis.


Acontece sempre que o desaparecimento de uma pessoa, cuja morte não pode ser oficialmente constatada, cria embaraços aos negócios de família. Somente em casos raros e excepcionais temos visto os Espíritos indicarem as pistas verdadeiras, quando interrogados. Se quisessem fazê-lo não há dúvida que o poderiam, mas quase sempre isso não lhes é permitido, se esses embaraços constituem provas para aqueles que desejam afastá-los.
É, pois, enganar-se com uma esperança quimérica tentar por esse meio a obtenção de heranças, das quais a única coisa positiva é o dinheiro que se gasta com esse fim. Não faltam Espíritos dispostos a alimentar essas esperanças, sem nenhum escrúpulo de levar os interessados a pesquisas das quais serão felizes se saírem apenas com um pouco de ridículo.


293. Perguntas sobre a saúde.


24. Os Espíritos podem aconselhar sobre a saúde?
— A saúde é condição necessária para o trabalho que devemos executar na Terra, e por isso os Espíritos se ocupam dela de boa vontade. Mas como há ignorantes e sábios entre eles, nesse caso como em outros não convém dirigir-se ao primeiro que se manifeste.


25. Dirigindo-nos ao Espírito de uma celebridade médica seria mais certo obtermos um bom conselho?
— As celebridades médicas não são infalíveis e têm muitas vezes opiniões sistemáticas, que nem sempre são justas e das quais a morte não as livra de repente. A Ciência terrena é bem pouco ao pé da Ciência celeste. Somente os Espíritos superiores possuem esta última. Sem terem nomes conhecidos de vós, podem eles saber muito mais, sobre todas as coisas, do que os vossos sábios. A Ciência não é suficiente para tornar os Espíritos superiores e ficaríeis muito espantados com o lugar que certos sábios ocupam entre nós. O Espírito de um sábio pode, pois, não saber nada mais do que quando estava na Terra, se não progrediu como Espírito.


26. O sábio, como Espírito reconhece os seus erros científicos?
— Se atingiu um grau bastante elevado para se desembaraçar da sua vaidade e compreender que o seu desenvolvimento não é completo, os reconhece e os confessa sem se envergonhar. Mas se não estiver suficientemente desmaterializado pode conservar alguns dos preconceitos de que se achava imbuído na Terra.


(14) O grifo é nosso. Algumas traduções não trazem essa frase final. Para algumas pessoas parece absurdo que o fim actual da revelação seja apenas a nossa melhora pessoal. Mas basta reflectir que sem melhorar o homem não se pode melhorar o mundo, para se compreender que a frase está certa. A finalidade do Espiritismo é a nossa transformação moral. (N. do T.)

27. Um médico, evocando os seus clientes mortos, poderia deles obter esclarecimentos sobre a causa de suas mortes, as faltas que poderia ter cometido no seu tratamento e aumentar assim a sua experiência?
— Pode. E isso lhe seria muito útil, sobretudo se ele se fizesse assistir por Espíritos esclarecidos que supririam as faltas de conhecimento de alguns doentes. Mas para isso seria necessário fazer esses estudos de maneira séria, assídua, com fim humanitário e não como meio de adquirir saber e fortuna sem trabalho.


294. Perguntas sobre invenções e descobertas.


28. Os Espíritos podem dar orientação, em pesquisas científicas e descobertas?
— A Ciência é obra do génio; só deve ser adquirida pelo trabalho, porque é somente pelo trabalho que o homem avança no seu caminho. Que mérito teria se lhe bastasse interrogar os Espíritos para tudo saber? Qualquer imbecil poderia tornar-se sábio por esse preço. Acontece o mesmo no tocante às invenções e às descobertas industriais. Mas há ainda uma consideração: é que cada coisa deve vir no seu tempo e quando as ideias gerais estão maduras para a receber. Se o homem tivesse esse poder subverteria a ordem das coisas, fazendo os frutos nascerem antes do tempo.
Deus disse ao homem: ganharás o pão com o suor do teu rosto, admirável figura que retrata a sua condição neste mundo. Ele tem de progredir em tudo pelo esforço no trabalho. Se as coisas lhe fossem dadas inteiramente feitas, para que lhe serviria a sua inteligência? Ele seria como um escolar cujas tarefas fossem feitas por outro.


29. O sábio e o inventor nunca são assistidos pelos Espíritos nas suas pesquisas?
— Oh, isso é bem diferente. Quando chega o tempo de uma descoberta os Espíritos incumbidos de lhe dirigir a marcha procuram o homem capaz de a levar a bom termo. Inspiram-lhe as ideias necessárias, com o cuidado de lhe deixar todo o mérito, porque essas ideias ele terá de elaborar e pôr em execução. Assim acontece com todos os grandes trabalhos da inteligência humana. Os Espíritos respeitam cada homem na sua esfera própria: aquele que só é capaz de cavar a terra não será feito depositário dos segredos de Deus, mas saberão tirar da obscuridade o homem capaz de realizar seus desígnios. Não vos deixeis pois arrastar, pela curiosidade ou a ambição, por um caminho que não corresponda ao objectivo do Espiritismo e que resultaria, para vós nas mais ridículas mistificações.


Observação - O conhecimento mais preciso do Espiritismo acalmou a febre das descobertas que, no princípio, muitos se vangloriavam de fazer por seu intermédio. Chegaram mesmo a pedir aos Espíritos receitas para tingir e fazer nascer cabelos, para curar calos, etc. Vimos muitas pessoas que acreditavam já ter feito fortuna e só colheram resultados mais ou menos ridículos. Acontece o mesmo quando se deseja penetrar o mistério da origem das coisas com a ajuda dos Espíritos. Certos Espíritos têm os seus sistemas a respeito, que não valem mais do que os dos homens e que convém receber com a maior reserva.


295. Perguntas sobre tesouros ocultos.

30. Os Espíritos podem indicar-nos tesouros ocultos?
— Os Espíritos superiores não se ocupam dessas coisas, mas os brincalhões muitas vezes indicam tesouros inexistentes ou podem ainda indicar um lugar enquanto o tesouro se encontra em outro. E isso tem a sua utilidade, por mostrar que a verdadeira fortuna está no trabalho. Se a Providência destina riquezas ocultas a alguém, essa pessoa as encontrará naturalmente e não de outra maneira.


31. Que pensar da crença nos Espíritos guardiães de tesouros ocultos?
— Os Espíritos ainda não desmaterializados se apegam às coisas. Os avarentos que ocultaram seus tesouros podem ainda vigiá-los e guardá-los depois da morte. A perplexidade em que caem ao vê-los roubados é um dos seus castigos, até que compreendam a inutilidade dos mesmos para eles. Mas existem também os Espíritos da terra, encarregados de lhe dirigir as transformações interiores, e que, por alegoria, foram transformados em guardas das riquezas naturais.(15)
Observação - A questão dos tesouros ocultos é do mesmo género da questão das heranças ignoradas. Bem louco seria aquele que contasse com as pretensas revelações que lhe podem fazer os malandros do mundo invisível. Já dissemos que quando os Espíritos querem ou podem fazer dessas revelações as fazem espontaneamente, não precisando de médiuns para isso. Eis aqui um exemplo.


Uma senhora perdera o marido após trinta anos de casamento e estava ameaçada de ser expulsa de sua residência, sem nenhum recurso, pelos enteados, para os quais havia sido uma segunda mãe. Seu desespero chegara ao auge e uma noite o marido lhe apareceu e a convidou a segui-lo até o seu escritório. Lá lhe mostrou a sua escrivaninha, que ainda estava selada, e provocando um efeito de segunda vista lhe fez ver no seu interior. Indicou-lhe uma gaveta secreta, que ela não conhecia, explicando-lhe o seu mecanismo e acrescentou: "Eu previ o que está acontecendo e quis assegurar a tua sorte; nessa gaveta estão as minhas últimas disposições; deixei-te o usufruto desta casa e uma renda de..." Depois desapareceu. No dia de tirar os selos judiciais ninguém pode abrir a gaveta. A senhora então contou o que lhe havia acontecido. Abriu a gaveta, seguindo as instruções do marido, e lá encontraram o testamento conforme o que lhe havia sido anunciado.


296. Perguntas sobre outros mundos.


32. Qual o grau de confiança que podemos ter nas descrições dos Espíritos sobre os outros mundos?
— Isso depende do grau de adiantamento real dos Espíritos que dão essas descrições. Porque compreendeis que os Espíritos vulgares são tão incapazes de vos informar a respeito como um ignorante o seria, entre vós, no tocante aos países da Terra. Formulais muitas vezes, sobre esses mundos, questões científicas que esses Espíritos não podem resolver. Se são de boa fé, falam a respeito segundo as suas ideias pessoais. Se são levianos, divertem-se a vos dar descrições bizarras e fantásticas, tanto mais que esses Espíritos, tão imaginosos na erraticidade como na Terra, tiram da própria imaginação o relato de muitas coisas que nada têm de real. Entretanto, não acrediteis na impossibilidade absoluta de obter alguns esclarecimentos sobre esses mundos. Os Espíritos bons gostam mesmo de descrever aqueles que habitam, a fim de oferecer ensinamentos para vos melhorar e vos colocar no caminho que vos pode conduzir a eles. É uma maneira de concentrar as vossas ideias sobre o futuro e não vos deixar no vácuo.(16)
— Como podemos controlar a exactidão dessas descrições?
— O melhor controle é a concordância que possa haver entre elas. Mas lembrai-vos que elas têm por fim o vosso melhoramento moral. Por conseguinte, é sobre o estado moral dos habitantes que podeis ser melhor informados, e não sobre o estado físico ou geológico desses globos. Com os vossos conhecimentos actuais não poderíeis mesmo compreendê-lo. Esse estudo de nada serviria ao vosso progresso neste mundo e tereis toda a possibilidade de fazê-lo quando lá estiverdes.(17)
Observação - As perguntas sobre a constituição física e as condições astronómicas dos mundos entram no campo das pesquisas científicas, cujos trabalhos os Espíritos não podem poupar-nos. Do contrário, um astrónomo acharia muito cómodo mandar os Espíritos fazerem os seus cálculos, que, sem dúvida, depois não confessaria. Se os Espíritos pudessem, pela revelação, poupar o trabalho de uma descoberta, provavelmente o fariam em favor de um sábio bastante modesto para abertamente reconhecer a fonte, e não em proveito dos orgulhosos que os renegam e aos quais, pelo contrário, muitas vezes reservam as decepções do amor-próprio.(18)


(15) Os Espíritos da terra são Espíritos incumbidos de agir nesse sector do nosso globo, como os há dos demais elementos. O Espiritismo não os considera seres especiais, mas pertencentes à linha da Humanidade. Ver a respeito O Livro dos Espíritos. (N. do T.)


(16) É o mesmo problema das descrições da vida espiritual: o objectivo é oferecer aos homens uma informação menos vaga que a das teologias, preparando-os melhor para o futuro a que ninguém escapa. (N. do T.)


(17) Aplica-se aqui o critério do "consenso universal", que encontramos em O Livro dos Espíritos. A multiplicidade de testemunhos semelhantes, estranhos uns aos outros, tem uma validade provável. (N. do T.)


(18) Há alguns exemplos do primeiro caso. Recentemente o médico, engenheiro electrónico e parapsicólogo Andrija Puharich descobriu, por revelação mediúnica obtida em Nova Iorque, um novo alucinógeno extraído de um cogumelo. Puharich foi suficientemente honesto e modesto para relatar o caso, com pormenores, em seu livro "O Cogumelo Sagrado". (N. do T.)


Referência: O livro dos médiuns

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