domingo, 10 de junho de 2007

Definição clássica da obsessão


2 - Definição clássica
Allan Kardec, o codificador, assim define a obsessão:


"A obsessão é a acção persistente de um Espírito inferior sobre uma pessoa. Apresenta características muito diversas, desde a simples influência de ordem moral, sem sinais exteriores perceptíveis, até a completa perturbação do organismo e das faculdades mentais" – (O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 28:81).


"Trata-se do domínio que alguns Espíritos podem adquirir sobre certas pessoas. São sempre os Espíritos inferiores que procuram dominar, pois os bons não exercem nenhum constrangimento. ...Os maus, pelo contrário, agarram-se aos que conseguem prender. Se chegam a dominar alguém, identificam-se com o Espírito da vítima e a conduzem como se faz com uma criança" – (O Livro dos Médiuns, capítulo 28:237).


A obsessão é o domínio que os Espíritos inferiores adquirem sobre alguns indivíduos, provocando-lhes desequilíbrios psíquicos, emocionais e orgânicos. Esta é a definição básica que Allan Kardec deu a ela. Como causa fundamental da obsessão, o Codificador apontou as fraquezas do organismo moral dos pacientes.


A Doutrina Espírita ensina que todos nós recebemos a influência dos bons e dos maus Espíritos, explicando que trata-se de um processo natural, por meio do qual a criatura é estimulada à experiência evolutiva quando está encarnada. No entanto, quando um Espírito atrasado se apega a uma pessoa e sua influência perniciosa torna-se constante, então pode-se classificá-la como obsessão.


Os sintomas que caracterizam a obsessão variam de caso para caso, desde simples efeitos morais, passando por manias, fobias, alterações emocionais acentuadas, mudanças na estrutura psíquica, subjugação do corpo físico, até a completa desagregação da normalidade psicológica, produzindo a loucura.


No tratamento da obsessão é preciso saber distinguir seus efeitos, daqueles outros causados pelas influências naturais (mais ou menos passageiras) e das alterações emocionais oriundas do próprio psiquismo do paciente.


Existem pessoas que procuram o centro espírita portando desequilíbrios psicológicos que, embora possam se beneficiar dos ensinamentos da Espiritualidade, também necessitam do apoio de terapeutas. A relação com a vida actual, a própria educação que recebeu ou seu passado reencarnatório trouxeram-lhes traumas e condicionamentos que os fazem sofrer.


O estudo da Doutrina Espírita e as palestras públicas poderão ajudar esses indivíduos na recuperação da normalidade almejada, mas o entrevistador ou orientador não deve dispensar a competente orientação profissional, quando achar isso necessário.


É evidente que o entrevistador ou dirigente do centro espírita têm de saber diferenciar a obsessão das outras anomalias psíquicas. Existem algumas regras gerais que podem ser observadas, mas o que vai ajudá-los em profundidade, será a experiência em torno dos casos examinados, que adquirirá com o tempo.


O fenómeno obsessivo apresenta sinais morais, psicológicos ou físicos característicos, que o trabalhador deve aprender a identificar. Na obsessão, observa-se um constrangimento da vontade do paciente, um incómodo que parece não ceder a nenhuma providência. Na simples influência de sofredores, isso não ocorre. Nela, só se observa a tristeza apática, a melancolia, às vezes crises de choro, sem maior gravidade. Alguém pode estar alterado emocionalmente, influenciado por um Espírito sofredor, sem com isso estar obsedado.


Os sintomas relacionados abaixo podem ser indicadores de processos obsessivos já desenvolvidos ou em fase de desenvolvimento. Se permanecerem constantes em uma pessoa, pode-se suspeitar com grande margem de acerto que esteja sob o império da obsessão. São eles:


- Depressão, angústia e tristeza.
- Pesadelos constantes.
- Tendência ao vício.
- Práticas mundanas.
- Agressividade além do normal.
- Abandono da vida social ou familiar.
- Ruídos estranhos à própria volta.
- Visão frequente ou esporádica de vultos.
- Impressão de ouvir vozes.
- Manias e tiques nervosos


Uma pessoa, vez por outra, pode ter um pesadelo, entrar num estado de tristeza ou sentir qualquer dos sintomas citados, sem que esteja sendo vítima da obsessão. O que caracterizará a fenomenologia obsessiva é a insistência desses estados mórbidos em incomodar a pessoa desajustada.


Ainda no campo dos sintomas, pode-se afirmar que nas influências espirituais comuns, as entidades envolvidas normalmente são Espíritos sofredores ou ignorantes, que podem ser afastados facilmente do campo psíquico do paciente através de passes e evangelização. Nas obsessões provocadas por Espíritos maus é diferente. Os sintomas apresentam-se com tendências agravantes e doentias. Observa-se uma insistência da entidade desencarnada em agredir o obsedado ou interferir na sua mente, afectando a normalidade.


Com o tempo, o responsável pelo atendimento na casa espírita adquirirá a experiência suficiente para detectar a obsessão e providenciar seu tratamento com relativa segurança.


autor desconhecido

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